UFU lança programa de práticas integrativas para mulheres no climatério
17/04/2025 - 10:48 - atualizado em 17/04/2025 - 15:52
No próximo dia 5, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) dará início a um novo programa voltado à saúde de mulheres no climatério. A ação está prevista para acontecer até 5 de setembro de 2025 e é fruto de uma parceria entre a Faculdade de Educação Física (Faefi) e o Ambulatório Afeto da Diretoria de Qualidade de Vida e Saúde do Servidor (Dirqs), vinculada à Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (Progep/UFU). O projeto é destinado para mulheres entre 35 e 55 anos e oferece 40 vagas, sendo 80% destas (32) reservadas para servidoras da UFU e o restante (8) para mulheres da comunidade externa. O foco será o cuidado integral por meio de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics), como yoga, acupuntura e meditação.
A proposta surge da necessidade de ampliar os espaços de acolhimento e cuidado para as mulheres que vivenciam o climatério, fase marcada por mudanças hormonais e emocionais que antecedem e sucedem a menopausa. De acordo com Luzmaia Cândida Santos, técnica da Faefi e uma das idealizadoras do projeto, as pessoas, geralmente, confundem ambos os termos (“menopausa” e “climatério”), mas é importante estar atenta às diferenças. Por este motivo, a ação também tem um caráter educativo. Serão promovidas oficinas para explicar essa diferença conceitual, um tema que ainda causa confusão: a menopausa é, especificamente, a última menstruação, que é identificada somente após a ausência de sangramento por 12 meses consecutivos; já o climatério é a fase de transição do período reprodutivo para o não reprodutivo da mulher, e é nele que ocorre a menopausa.
A respeito do programa, a coordenadora do Ambulatório Afeto, Ilda Constantin, destaca que o objetivo é oferecer suporte físico e emocional com métodos naturais voltados à prevenção dos sintomas e, por meio disso, integrar ações já consolidadas em Pics dentro da universidade. As práticas ofertadas serão acupuntura, meditação e yoga, bem como oficinas e rodas de conversa sobre o climatério. Além de procurar informar as mulheres, o exercício regular destas práticas ajuda a diminuir o estresse por meio do relaxamento e da redução do cortisol (o nosso hormônio do estresse), o que auxilia na regulação dos níveis hormonais femininos, que, durante o climatério, merecem atenção especial.
“A ideia é oferecer uma abordagem mais ampla sobre o climatério, envolvendo não apenas os aspectos biológicos, mas também os impactos sociais e emocionais vividos por essas mulheres”, explica Luzmaia. Para ela, ainda há muito desconhecimento sobre o tema, e o projeto busca combater o estigma e oferecer um espaço de acolhimento. Izaura Medeiros, também técnica da Faefi e parceira de Luzmaia na criação do projeto, reforça que a proposta “resgata o cuidado com o corpo e a escuta das emoções, algo que é muitas vezes negligenciado durante este período”. Além do cuidado individual, o projeto pretende fomentar o autocuidado coletivo e a criação de redes de apoio. “Queremos que essas mulheres se sintam acolhidas, troquem experiências e saibam que não estão sozinhas”, completa Izaura.
Para as mulheres interessadas, o programa está recebendo inscrições por meio de formulário eletrônico abaixo (www.bit.ly/climateriopics). As atividades iniciam em 5 de maio e serão realizadas tanto de forma online quanto presencial, no Campus Educação Física da UFU.
Texto: Camila Grilli